O que a COP30 pode discutir sobre a logística brasileira?

CEO da Norcoast, Fabiano Lorenzi, apontou três desafios que podem ser pauta durante encontro entre líderes globais que acontecerá em Belém (PA)

O que a COP30 pode discutir sobre a logística brasileira?

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conhecida como COP30, acontecerá em Belém (PA). Realizado pela primeira vez no Brasil, os setores energético, industrial e logístico também serão pauta durante o encontro com líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil.

E há problemas a serem resolvidos em cada uma dessas áreas. No transporte, por exemplo, o país apresenta uma matriz desequilibrada entre os diferentes modais — o transporte rodoviário representa mais de 65% da movimentação de cargas nacionais.  

Para o CEO da Norcoast, Fabiano Lorenzi, esse é um dos três desafios logísticos que poderão serão debatidos durante a COP30. Ele apontou que o excesso de dependência do transporte rodoviário, ferrovias subutilizadas e hidrovias pouco exploradas, há um desequilíbrio entre os modais.  

A solução para ele, considerando as dimensões territoriais do país, o grande volume de commodities transportadas e o alto custo da manutenção do transporte rodoviário, seria o transporte aquaviário, sendo alternativa mais econômica e sustentável.  “Todos os modais são essenciais para a logística nacional. No entanto, o segredo está em utilizar cada um no momento certo e na rota adequada”, disse. “Apostar na multimodalidade fortalece o princípio da complementaridade da matriz de transportes, promovendo maior equilíbrio e considerando sempre as distâncias a serem percorridas, isto é, da origem ao destino final de cada mercadoria”.  

Outro ponto a ser discutido entre os líderes mundial é a falta de investimentos na infraestrutura, que tendem a criar um sistema que encarece a produção. Dessa forma, as projeções do ILOS apontam que, em 2024, os gastos com transporte no Brasil superaram R$ 940 bilhões, com alta de quase 7% em relação ao ano anterior.  “Limitando a produtividade e a competitividade, a infraestrutura ineficiente compromete a resiliência frente a eventos climáticos”, destacou Lorenzi.

O executivo ainda apontou que transporte de cargas é o maior componente dos custos logísticos atualmente. De acordo com Lorenzi, os gastos operacionais estão muito acima da média global, com influência de fatores como o preço do combustível, manutenção, mão de obra e a falta de otimização de rotas.  

Para ele, isto impacta a competitividade das empresas brasileiras e podem aumentar o preço final do produto que é repassado ao consumidor. “Enquanto não houver investimentos consistentes em infraestrutura e incentivo à multimodalidade, seguiremos reféns de um modelo caro e ineficiente”, explicou.

Ainda afirmou que “reduzir os custos logísticos não é apenas uma demanda do setor, mas uma condição essencial para melhorar a competitividade do Brasil no cenário global”.

Fonte: Redação - Mundo Logística

Por: Agência Logística de Notícias

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