Setor de rochas comemora isenção do quartzito, mas mantém pressão por ampliação da lista de materiais livres de tarifa

Quartzito brasileiro escapa da tarifa de 50% após articulação liderada pela Centrorochas, mas mobilização continua por inclusão de outras rochas como granito, mármore e ardósia.

Setor de rochas comemora isenção do quartzito, mas mantém pressão por ampliação da lista de materiais livres de tarifa

Fruto direto das articulações iniciadas pela Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) desde o anúncio da tarifa em 9 de julho, o quartzito brasileiro – principal produto exportado do setor – foi incluído na lista de isenções da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil. A nomenclatura técnica beneficiada, HTSUS 6802.99.00 – “Worked monumental or building stone, nesoi”, abrange o quartzito, material que representou cerca de 50% das exportações brasileiras de rochas naturais para o mercado americano em 2024.

A confirmação foi recebida com alívio e senso de avanço pelo setor, que vê na decisão o reconhecimento da importância estratégica da rocha natural para a cadeia da construção civil nos EUA. Com aplicações que vão de bancadas a revestimentos de alto padrão, as pedras brasileiras são valorizadas por sua resistência, estética exclusiva e crescente demanda internacional.

Apesar da conquista, a mobilização do setor continua. A Centrorochas, em parceria com entidades americanas como o Natural Stone Institute (NSI) e a National Association of Home Builders (NAHB), segue em tratativas para a ampliação da lista de isenções, de modo a incluir outras rochas naturais brasileiras, como granito, mármore, ardósia e pedra-sabão, também amplamente utilizadas pela indústria americana e sem substitutos viáveis na produção doméstica dos Estados Unidos.

As negociações seguem ativas e contarão com novos desdobramentos a partir da agenda oficial que acontece nesta sexta-feira (1º de agosto), na Embaixada do Brasil em Washington, onde será entregue uma carta conjunta à NSI e à NAHB solicitando apoio à inclusão de novos códigos tarifários (HTSUS) que abrangem rochas naturais de origem brasileira também sejam contemplados, preservando empregos, contratos e investimentos em ambos os países. “O setor está unido, agindo com responsabilidade, estratégia e diálogo. A isenção parcial foi um avanço, mas precisamos garantir que toda a cadeia compreenda os impactos da medida e esteja preparada para os próximos passos”, reforça Tales Machado, presidente da Centrorochas.

Presenças confirmadas e representatividade
O evento reunirá cerca de 20 participantes, incluindo representantes da indústria brasileira, membros da Embaixada, convidados da imprensa local e lideranças de importantes organizações dos Estados Unidos. Estão confirmadas as presenças das empresas brasileiras Cosentino, Emerstones, Magban, Milanezi Granitos e Santo Antonio, além do presidente da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos), Maurício Borges.

Do lado americano, participam representantes das seguintes instituições:
•    NAHB – National Association of Home Builders
•    NSI – Natural Stone Institute
•    ISFA – International Surface Fabricators Association
•    MSI – maior importador de pedra natural dos Estados Unidos
•    Cosentino North America – uma das principais marcas globais do setor

Dados que preocupam
A preocupação do setor com a manutenção da tarifa se apoia em dados técnicos alarmantes. Um relatório preliminar da própria NAHB aponta que a nova medida pode elevar significativamente o custo da construção residencial nos EUA, além de comprometer contratos em andamento.

Destaques do cenário atual:
•    85% da pedra natural consumida nos EUA é importada;
•    O Brasil é o principal fornecedor, com 22,6% das importações, seguido pela Itália (19,1%);
•    Os materiais brasileiros dominam o segmento de bancadas residenciais, sem alternativas geológicas equivalentes nos EUA;
•    Mais de 200 mil empregos americanos diretos podem ser impactados;
•    Os contratos firmados não preveem repasses que absorvam o custo extra das tarifas.

Centrorochas: presença institucional ativa
Reconhecida como entidade representativa do setor exportador de rochas do Brasil, a Centrorochas reúne mais de 230 empresas associadas e apoiadas. Atua de forma estratégica junto a organizações internacionais como NSI (EUA), Confindustria Marmomacchine (Itália), Assimagra (Portugal) e IMMIB (Turquia), e é responsável pelo programa de promoção internacional “It’s Natural – Brazilian Natural Stone”, realizado em parceria com a ApexBrasil.

A associação segue firme no compromisso com a previsibilidade, competitividade e presença internacional das rochas naturais brasileiras.


Fonte: Karina Porto-Firme - Head de Comunicação
comunicacao@centrorochas.org.br  

Via: Agência Logística de Notícias

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