Qual o papel da Inteligência Artificial na cabotagem brasileira?
Com capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real, prever cenários e automatizar decisões, a IA tem potencial para romper barreiras históricas da navegação costeira

Fabiano Lorenzi é CEO da Norcoast - Vivendo um momento de virada, a cabotagem brasileira tem se consolidado como uma alternativa logística cada vez mais estratégica, ao mesmo tempo em que desafoga estradas, reduz custos operacionais e amplia a sustentabilidade da matriz de transportes do país. No entanto, para atingir todo seu potencial, é preciso ir além de incentivos fiscais e investimentos em infraestrutura portuária, avançando assim na transformação digital, especialmente com o uso de Inteligência Artificial (IA).
Com capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real, prever cenários e automatizar decisões, a IA tem potencial para romper barreiras históricas da navegação costeira, como a baixa previsibilidade, os altos tempos de espera nos portos e a falta de integração com outros modais. Neste cenário, ao garantir mais visibilidade, eficiência e controle, a tecnologia tornou-se uma aliada decisiva para o setor, posicionando o transporte marítimo como mais competitivo e estratégico para o futuro logístico do Brasil.
Reconhecida como um dos principais motores de modernização e eficiência, a IA pode aumentar em até 15% a acuracidade das previsões de entrega e reduzir até 12% os custos operacionais por meio da otimização de frota e carga, segundo dados da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC). Isto reforça o quanto a digitalização proporciona ganhos significativos para o segmento logístico.
Empresas que operam na navegação costeira podem adotar soluções de IA para analisar dados históricos de navegação, clima, maré e trânsito portuário, com o objetivo de prever com maior precisão os horários de chegada dos navios. Essa capacidade aprimora o planejamento da cadeia logística e reduz o tempo de espera nos terminais. Além disso, a tecnologia permite otimizar rotas e janelas de atracação, considerando variáveis como custos operacionais, ocupação das embarcações e disponibilidade portuária.
A IA também favorece a integração multimodal inteligente, permitindo a orquestração mais eficiente entre os modais rodoviário, ferroviário e marítimo. Isso contribui para a redução de tempos de transbordo, eliminação de gargalos operacionais e menor necessidade de armazenagem intermediária, o que impacta diretamente na competitividade das operações.
À medida que tecnologias como "Machine Learning, Big Data" e IoT ganham espaço nas operações marítimas, a navegação costeira torna-se mais moderna, sustentável e preparada para responder às novas demandas de mercado. Neste sentido, não se trata apenas de uma simples tendência, mas de uma necessidade estratégica para empresas que desejam eficiência e resiliência na cadeia logística.
Portanto, aliada à Inteligência Artificial, a cabotagem brasileira avança em direção a uma logística mais eficiente, integrada e previsível. Essa transformação exige investimento em infraestrutura e, sobretudo, em inteligência aplicada e capacitação tecnológica. De promessa à realidade, a navegação costeira passa a ocupar um papel de destaque, reposicionando o Brasil no cenário global com uma cadeia de suprimentos mais moderna, competitiva e preparada para os desafios do futuro.
Fonte: Redação - Mundo Logística
Via: Agência Logística de Notícias
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